
Encostou a cabeça na parede áspera e virou a garrafa. Tomou três goles direto e depois suspirou… Só queria que as lembranças fossem embora. O rosto repleto de lágrimas que, por sua vez, causaram dor ao fugir dos olhos; dor emocional, se quer saber. Aquela dor que vai rasgando o resto de coração que você ainda tem, aquela dor que você nunca gostaria de sentir na vida. Na verdade, havia muitas coisas que ela gostaria de não sentir na vida… A primeira de sua lista é ter se apaixonado. Odiava essa falta de auto-controle súbita, essa vontade de sumir e nunca mais voltar. Tomou mais dois goles, sentindo a tequila descer queimando dessa vez. Mas pensando bem, o que mais queimava nisso tudo era a traição.Sentia-se traída, com as expectativas quebradas dentro do peito. O carinho corrompido, a saudade suicida. Queria alguns alucinógenos agora… Um daqueles bem fortes, daqueles que te levam para um outro lugar; quaisquer que seja. Só queria sair dali, fugir da realidade que a corroia aos poucos. Sua mente, sua sanidade e todo o amor que já sentiu algum dia. Três goles, quatro goles. Foda-se, precisava de outra garrafa. Meu Deus, o que a paixão não é capaz de fazer? “Onde está aquela garota forte, que não se abala por nada?” Sua consciência fez peso, lançando a pergunta em um local que seus ouvidos eram capazes de ouvir. “Foi embora quando percebeu que amava…” Respondeu. “… E agora tá se explodindo, junto com a porra do amor.”
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